Chamadas abertas


Dossiê

O pensamento de Georg Simmel e seus usos socioantropológicos

Organizadora: Patrícia Silva Santos (UFPA)

Submissões até: 03/08/2025

Descrição: Entre os clássicos mais lidos das ciências sociais, Georg Simmel (1858-1918) provavelmente foi o que menos se intimidou com a perspectiva de que o social é movimento, acontecer, fluidez: em vez de aprisioná-lo a categorias definitivas, seria necessário atentar-se a seus enlaces e desenlaces, aos jogos, às contradições constantes, ao que une e separa com a mesma intensidade, aos conflitos que associam, enfim, ao “fluxo eterno das coisas”. Sem deixar de considerar as grandes cristalizações do social,
Simmel manteve-se também atento aos laços fugidios, às possibilidades oferecidas por saídas menos centrais. Onde menos esperamos, Simmel encontra vestígios do social: no adorno, nos sentidos, no segredo. De modo um tanto paradoxal, tais pistas onipresentes sugerem que não há algo como “a sociedade”, enquanto estrutura pronta e definitiva. Há esse grande impulso interacional recíproco que nos liga a todos, de modos diversos, podendo também chegar a formações mais cristalizadas.

Se essa maleabilidade e diversidade do pensamento simmeliano contribuiu para que sua presença nas ciências sociais não esteja tão institucionalizada como no caso de clássicos como Marx, Weber ou Durkheim, ela também concede ao autor uma marca de atualidade muito própria. Essa é uma das justificativas para este dossiê dedicado a Georg Simmel. Embora a recepção do autor no Brasil não tenha sido sistemática ou dotada de uma constância, em alguma medida ela se avizinhou da pluralidade e interdisciplinariedade que é inerente a seu pensamento. Nesse sentido, em consonância com o perfil da Revista Mapinguary, este dossiê pretende receber contribuições que interajam com elementos socioantropológicos das reflexões simmelianas, seja a partir de embates teóricos seja de análises empíricas. São bem-vindas contribuições envolvendo interlocuções críticas com a obra do autor, em seus mais diversos matizes: a pluralidade das formas de associação; as potencialidades e entraves da modernidade; os conflitos entre dinâmicas anímicas e sociais; as trocas monetárias e suas vicissitudes; os
descompassos no desenvolvimento da cultura objetiva e da subjetiva; as relações entre o social, os espaços e territórios etc.


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